Geral 23 de outubro de 2025
Servidores federais voltam à mesa com o governo, que sinaliza avanços, mas sem reajuste salarial geral previsto para 2026
A reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP), realizada nesta quarta-feira (22), em Brasília, marcou um novo capítulo nas tratativas entre o governo federal e as entidades representativas dos servidores públicos. Embora o encontro tenha sido considerado positivo pelo clima de diálogo, o resultado ainda deixou parte do funcionalismo insatisfeita — especialmente pela ausência de proposta de reajuste salarial linear para 2026.
O principal anúncio feito pelo governo foi a proposta de reajuste de 17,5% no auxílio-alimentação, que passaria para R$ 1.175,00 a partir de dezembro deste ano. O impacto orçamentário estimado é de R$ 1,1 bilhão em 2026. A medida, segundo o Ministério da Gestão e Inovação (MGI), busca iniciar uma recomposição gradual dos benefícios dos servidores federais, congelados por anos.
Além do auxílio, o governo também informou que está em estudo um reajuste futuro para o auxílio-pré-escolar e a assistência à saúde suplementar, que poderão ser atualizados a partir de abril, dependendo da aprovação do orçamento federal para o próximo ano.
Outro ponto importante da reunião foi o anúncio de que o governo pretende enviar ao Congresso um projeto de lei para regulamentar a Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) — norma que garante o direito à negociação coletiva no serviço público e define regras para direito de greve e relações sindicais no setor.
A medida é vista como um avanço histórico por parte das entidades representativas, que há anos reivindicam uma legislação clara que assegure a legitimidade das mesas de negociação entre servidores e governo.
“A regulamentação da Convenção 151 é um marco que pode consolidar um novo ciclo de respeito e diálogo permanente entre Estado e servidores”, declarou um representante sindical presente à reunião.
Apesar do tom conciliador, a reunião também foi marcada por cobranças. As entidades sindicais voltaram a exigir cumprimento de acordos anteriores, como o atendimento de pautas específicas de carreiras e o compromisso de discutir um reajuste linear para todos os servidores ainda em 2026.
Alguns representantes criticaram o que chamaram de “avanços pontuais”, argumentando que os benefícios — embora positivos — não substituem a necessidade de recomposição salarial diante das perdas inflacionárias acumuladas desde 2016.
“O diálogo é importante, mas os servidores precisam de valorização real. O auxílio-alimentação é apenas uma parte do problema”, afirmou uma liderança da Condsef.
O governo também foi cobrado a esclarecer os rumos da Reforma Administrativa, tema que causa apreensão entre o funcionalismo. Segundo o MGI, ainda não há texto fechado e qualquer proposta será debatida com as entidades representativas antes de ser enviada ao Congresso.
Mesmo assim, o assunto segue como um dos pontos de maior tensão entre governo e servidores, que temem cortes de direitos e mudanças estruturais nas carreiras públicas.
Esta foi a 12ª rodada da Mesa Nacional de Negociação Permanente desde sua reativação pelo atual governo. A reunião contou com a presença de representantes de diversas categorias, como docentes, técnicos, policiais, servidores administrativos e trabalhadores do Judiciário.
De modo geral, o encontro foi considerado produtivo por manter o canal de diálogo aberto — algo que havia sido interrompido nos últimos governos —, mas ainda sem respostas concretas sobre a recomposição salarial geral.
📅 Data: 22 de outubro de 2025
🏛️ Local: Brasília – Ministério da Gestão e Inovação
💰 Proposta: Reajuste de 17,5% no auxílio-alimentação (valor passará para R$ 1.175,00)
🩺 Outros benefícios: reajuste futuro de auxílio-pré-escolar e assistência à saúde suplementar
⚖️ Regulamentação da Convenção 151 da OIT: compromisso do governo de enviar projeto ao Congresso
🔥 Sem reajuste salarial geral previsto para 2026
🗣️ Clima: diálogo mantido, mas insatisfação com avanços limitados
Conclusão:
O governo tenta sinalizar valorização gradual dos servidores, começando pelos benefícios, mas a categoria segue pressionando por medidas mais amplas. A próxima rodada da Mesa Nacional deve ocorrer nas próximas semanas, quando será discutido o cronograma de implementação dos reajustes e o andamento da Convenção 151.
O Blog do Sr. Siape continuará acompanhando de perto cada passo das negociações.